Aforimos aporismáticos
Eu, meditabundo, arrisco:
Se a vida é um risco...
Seria o nômade um corpo em linha de fuga?
Uma eterna curva?
Seria Zaratustra um halo?
Uma partícula a orlar e vincar um valo(r)
Não seria a norma-comum
uma curva que tende seu grau forçosamente a um?
O deserto e a floresta lugares em que as ilhas se perdem?
Onde não há os metros que as med(r)em?
Se, assim, o mapa fica sem (re)(in)verso – onde o decalque não versa
a cartografia é conversa –
seria a solução uma solução?
Ou tudo o que resta é transpassar sim-não?
Não resta, então, circundar eternamente os fantasmas e os outros?
Articulando olhares, dobrando os doutos
e fazendo das palavras e faces quebradas retalhos para costura –
quadros e diagrama de um futuro pós-humano?
Onde se bem e maldiz além do bem e do mal, além do sagrado e do profano
Em que a mão que martela também sutura!
Destarte, não se teria ouvidos e olhos, peles, narizes e línguas
Para dar sentido e dialogicidade ao monólogo que diz em ínguas:
“Não se estaria fadado à infelicidade e ao fracasso,
enquanto, como viga de concreto-aço,
ou feito ser-meritalo
se quiser entender e interpretar o mundo, ao invés de senti-lo e experimentá-lo?”
Não se cravaria como apotegma no interior da retina:
“Acordar no outro dia virou rotina?”
Para então realizar até no cisco
Que a vida, a vida meu caro... é um risco!