Quem dera que minhas asas estivessem fortes o suficiente para poder, eu, voar até teu encontro
Ao menos uma vez
Mergulhar em teu colo aconchegante e nele descansar minhas angústias e sonos
Conturbados
Pesadelos que cercam minhas noites e atordoam meus pensamentos sobre o que sinto
No meu cerne
O desejo pelo solo cresce, mas por um solo que não seja pantanoso como o que sempre pisei
Por tantos anos
Passei sem ter porquê usar minhas asas e agora que as preciso tanto, atrofiadas, não me servem
Nem para cobrir-me do frio
Nem para proteger-me do terror
Nem para confortar minha solidão
Quem me dera que minhas asas estivessem vivazes como meu anelo por teu encontro
Para que, sem delongas, pudesse realizar o abraço, em novas paragens
Entre Hermes, Afrodite e o anjo de asas frágeis