Um instante infinito
Poderia ser um quadro, uma aquarela em tons pastéis, um esboço em guardanapos ou em velhos papéis. Mesmo assim poderia passar o resto da vida lembrando cada minúcia, cada nuança, cada sensação escondida, recolhida sobre as cobertas, aconchegada no colchão.
Sento, deito-me, ajeito-me buscando a posição perfeita para admirar as faces na foto. Meus dedos acariciaram o papel colorido com teu semblante, descolorido pela incerteza, pela imprecisão que me atormenta. Seria tão mais fácil uma breve resposta. Um “sim” que faz levitar, sonhar outra vez. Ou um plúmbeo “não”. Qualquer um é melhor que a mácula do silêncio deixada no coração.
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