segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Num muro dilapidado tintas luzem...

Um retrato olvidado e borrado que retrata

A velha figura do cavaleiro louco, errante,
que clama pelo fim do cavaleirismo-sem-coração;
Em uma nova estampa, sempre andante,
em que lhe escorregam urros mudos,
urros pelo fim de cavaleiros surdos
que montam o cavalo chamado: Razão

Vestem-se, tais cavaleiros combatidos,
com reluzente e fiel armadura de incomplacência,
com a qual podem erguem os títulos auferidos
de legitimidade, a chamada: Ciência.

Tremulas mãos que ousam erguer-se
contra o cavaleirismo da moderna modernidade,
que busca, a donzela, defender, esta tão – ingenuamente crida
e, com impar anediar, denominada – pura atende por nome: Verdade

Teima o hodierno cavaleiro, já tomado por insano,
em digladiar e apontar a superficialidade
da cavalaria do progresso humano
que se faz cega aos erros que lhe brotam
– seus limites que não lhe escapam,
busca e luta em vão negando e renegando-o –
sem percebem que a escapa o mais profundo
sem perceber a parcialidade

Pobre cavaleiro, excluído, desacreditado,
em seu caminhar perpétuo, vivaz
Sempre disposto ao olhar em volta, obstinado,
disposto a ser algo mais, a fugir da paz.
A fugir da segurança vil do escudo e da espada “nobre”
A ir de encontro ao fio de cobre
cortante da dúvida, sem medo, sem dívida
sem ávida crença, sem eterna lembrança

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