Prisma
Não lhe dói no peito
cada vez que você abre a porta
– do carro, da casa, do coração –
e vê um mundo cada vez mais cinza, pálido, duro e frio?
Não lhe dói não sentir
o vento soprar na face
– do livro, do mundo, na sua –
e uivar pelo devir de outra possibilidade, bela e fértil?
Pulsa e palpita na caixa torácica branca e fechada
Uma aura de medo em seu coração
Um beijo da morte, um amplexo complexo
A força-resistência escorre da sua mão
E assim segue-se flexo, anexo, fixo e conexo ao fluxo, assim segue-se amouxo no empuxo do eixo triturador, mas gravado no peito uma sensação de alegria.
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