Incubus & Succubus
Às vezes pesadelos assustam,
Às vezes pesadelos podem ser tão reais, tão presentes, tão verossimilhantes que perfuraram a pele, infiltram-se no sangue, percorrem o corpo & espalham-se por ele contaminando de medo cada célula, causando angústia profunda nos recônditos rincões d’alma, fazendo os músculos se contorcer em agonia & peito arder como se um metal frio & reluzente o crava-se, causando-lhe um dor pulsante
Às vezes os pesadelos nem se quer ocupam espaço entre as lembranças,
Às vezes um simples pesadelo pode marcar de tal forma que mil utopias não o apagam, nem sequer causam dano a sua integridade, nem sequer furtam-lhe em nada dos braços de Mnemosine
Às vezes um pesadelo pode mudar uma vida, pode ser-lhe ponto sem retorno, um nó cego, um pó que cega, um dó que nega, uma planta de medo que se rega, uma angústia que relega ao ser ad aeternum, um contorno em torno do que não deixa, não permite, apenas, demite-se a ser
Um laço lia, cinge e finge fim, um fio condutor, que fina & espessa as almas & harmonias, que delineia a face que sorri & chora, a maça que esmaga & deforma, o maço de notas que soa, e a moça que sua
E tudo aqui, talvez não passe de um pesadelo,
Talvez não passe do efeito de um pesadelo,
Talvez não passe de um talvez,
ou talvez nem seja
O que resta? Pesar o pesadelo e seu pesar?
Pensar no pensamento a se negar?
Ou negar aquilo que pesa ao pensamento?
Ou seria uma pena na mente?
Uma pena plúmbea sobre o peito, sobre a mente, sobremodo ao modo estável de ser..