terça-feira, 1 de junho de 2010

Nenhum traço reto, um pouco de molde e muita subjetividade...

Em Qualquer Coisa Sobre Liberdade

As vozes silenciadas dos anjos caídos
Os olhos famintos dos deuses falidos
A carne putrefata dos corpos nobres
Sobre eles, pilhas e pilhas de cobre

As vontades esvaziadas pela carne
Com estacas que perfuram no cerne
As flores que agora voltam a surgir
Esmagadas pela marcha das botas-zumbi

A bandeira é hasteada, seguida pelo hino em coro
Homenagem aos heróis coroados com louro
Novos nobres levantam-se em meio ao rebanho
Senhores transmutados, nova fé semeada, mesmo engano

Novos atores para a mesma peça
A promessa de outrora se faz escassa
As lágrimas cristalizadas novamente contornam
Os rostos pálidos, novos sonhos ali se formam

Os grilhões de ouro, agora, se tenta quebrar
Com as próprias asas o vôo se tenta alçar
Apolo está morto! Apolo está morto!
Dança-se e regozija-se sobre o corpo!

O louro é pisado, a flâmula rasgada e hino esquecido
Faz-se festa e alegria da vida e pó de todo bigorrilho
O meu valor é meu e só a mim o cabe, cá, ser
Teu valor é só teu e assim cada qual constrói um novo viver

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