segunda-feira, 9 de maio de 2011

Sonata em Si maior:

O cardeal cardial

na espacial solidão
resta-me o labirinto do coração:
uma rede de galerias e galeras que partem ao mar,
o navegar incessante sem porto seguro para se pousar

na humana finitude
resta desdobrar-me em atitude:
resistir ao imundo mundo que me devora como o tempo
fugir e fluir, rebrotar logo ali, sem mais pranto e lamento

no devir e no dever
resta-me a tensão de saber-poder:
forçar o lado de fora que se enlaça e faz graça
graças ao pensamento que se enrosca e cria couraça

no super-homem
um novo por-vir/pouvoir, a morte do homem:
o novo que não é nem infinito-deus nem é pura finitude-estéril
é o novo incansável, relutante e indomável: o múltiplo – pueril

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