Por um cisto no peito
Eu cisco na minha alma
Busco, em mim, pelo leito
Em que te encontro salva
Lugar em que se agite
Centelhas de memória
Um risco sem limite
Sem telha ou divisória
Em que o vazio verte
E, então, “amo-te!”
É mais que uma sentença
Pois tornas-te presença
Movendo-me a uma dança,
De onírica sonata,
A qual nunca me cansa
Ou na face aclimata
As lágrimas que correm
Levando em si a saúdade
Dos que sozinhos morrem
Nesta imensa cidade
Da turba solitária
Que em toda sua área
Distribui, em matizes,
Tais corpos infelizes