terça-feira, 6 de janeiro de 2015

A terra...

Contra o sétimo céu

Eu sei
eu sou
a sombra
a sobra
o demônio de minha tormenta.
Eu sei
eu sou
a sobra
a obra
da paixão que não sustenta
senão meu prazer: ser anjo
da miséria da união cinzenta,
aquele mais horrendo planjo:
o ordinário amor
ao nada, a tudo, à dor.
Eu sei
eu sou
a sombra
a umbra
quem recobre minha própria pele
que atrai e repele
que solta e agarra
que beija e escarra
que bate e corre
que trama, transa e morre.
Em transe
eu sei
eu sou
eu soo
eu suo
a terra.


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