Eu a abraço.
Abraço.
Abraçamo-nos
Até que nossos cheiros formem um perfume
Só.
O meu ao dela
O dela ao meu
Se confundam, se misturem,
Se fundam.
Até que nossos braços
Se misturem, se confundam,
Se fundam.
Os meus aos dela
Os dela aos meus.
Até que as linhas de meu corpo
Se prolongue nas do corpo dela.
Até que a pele se dissolva
E nossos músculos tornem-se missíveis
E nossas veias e artérias
Atravessem os dois seres
Indistintas
E nossos corações devenham um
Só
E nossos fluídos
Se fundam,
Se confundam, se misturem
E nossos afetos já não sejam
Nem meus
Nem dela
E dos dois
Juntos
Não sejam nem nosso.
Que a propriedade
[Meu teu nosso
Dele dela ela eu]
Se exsolva,
Escorra pelo ralo
E não deixe nem cheiro
Nem cor
Nem nada
Que não seja flor.
Nem nada que não
Se misture, se funda,
Se confunda.
Nem nada que não abunda
Na alma
Na calma
No desejo.
Nem nada
Mais.
Nem nada que tenha nome
Justo.
Nem nada que caiba nas palavras retas,
Ascetas.
Amor-seta.
Sem dó nem piedade.
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