Não dormi
Deitei-me,
mas não dormi.
Um mundo ainda acontecia dentro de mim.
Não dormi porque minha pele era usina,
minha carne fervilhava qual multidão sedenta por revolução,
meu sangue era queda d'água a ribombar,
meu ar era vibrátil, rarefeito e enebriante,
meu pensamento era bloco de carnaval,
meu corpo era uma festa.