Mudei-me.
Mudei-me de bairro para não voltar a passar em frente à florista que faz habitar em mim as memórias dos perfumes das flores que ali compraste para me dar junto com teus beijos.
Mudei-me de cidade para não voltar a passar em frente à praça que faz errar sobre minha pele os arrepios dos abraços e laços e juras que ali, sobre a grama, fizemos.
Não faltariam árvores, pássaros, seixos, brisas e chuvas que nos fossem testemunhas desses desencontros, cujas lembranças ora me fazem fugir, ora me fazem, nelas, refugiar-me.
[...]
Refúgio: meu próprio coração.
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