quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Paradoxal

Esperando Godofredo
(ou Nesses Dias II)

Nesse dia,
eu sentava-me na varanda
à espera do canto colorido
dum passarinho chamado Godofredo.

Nesse dia,
sentava-me,
esperando o gorjeio
de Godofredo,
que me trazia regozijo.

Nesse dia,
a noite esfriou,
o canto não veio,
o riso não veio,
Godofredo (ainda) não veio...

Nesse dia,
a tristeza em meu sorriso
subverteu-se quando pude escutar o silêncio
e apreciar o trino vazio:
a ausência quedada entre as memórias
e a impossibilidade em repeti-las.

Nesse dia,
ali aloquei meu sorriso,
na incompletude que me abundava,
no deserto que me transbordava,
nos vacúolos que me impregnavam e repletavam e...


Nenhum comentário: