Ruínas [2]
a h. p. z.
é claro que sempre,
onde houver vida,
haverá resistência.
mas se antes havia cem,
duzentas,
trezentas pessoas a se manifestar,
agora,
elas não somam uma dúzia.
a deterioração dos espaços artísticos,
ela é concomitante à deterioração de nossa subjetividade.
cotidianamente expostos a esses lugares em ruína,
nossa própria sensibilidade,
arruinada,
passa a subsidiar uma autocensura que,
sem pudor,
nos diz que já não há valor na arte,
que é (quase) imoral ser artista
e que nossa energia deve ser conservada para o consumo e a produção
daquilo que é:
útil!
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