Sorte Macron
No íntimo,
eu desejava
– como nunca deixei de te desejar –
que pudesse ser.
No íntimo,
eu ainda desejo
– como nunca deixei de te desejar –
que possa ser.
No íntimo,
segredo tudo isso.
No íntimo,
secreto tudo isso.
No íntimo,
em segredo e em silêncio,
choro.
Choro.
Talvez fosse mais fácil se,
no íntimo,
eu não desejasse
– como nunca deixei de te desejar –
que ainda pudesse ser.
E se não puder,
desejo-te paz,
ainda que isso signifique que te vás.
E se puder,
assim espero,
eu espero,
um tempo outro,
um contexto outro,
um pretexto qualquer,
um gesto Micron,
uma sorte Macron.
Eu espero.
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