Queria ouvir o marulho;
não existe marmulho,
só queda o barulho
do mar apequenado.
Queria mergulhar na palavra;
a palavra secou.
Ir aos pélagos?
Pélagos já não há mais.
É tudo abismo;
abismo escuro onde
jaz cada palavra
naufragada num água salgada,
já sem uso nem
sabor.
Já perdido o bonde,
sem porta nem
pudor;
sem poema concreto
qual chão de cimento;
sem corcel negro
ou em encavalgamaneto
donde fuja num verso,
num soneto;
sem nada nem
ninguém;
queria caminhar.
Para onde?
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