quinta-feira, 18 de junho de 2009

Fragmentos (I):



Na lágrima que se mistura ao sangue reflete-se,
[a quem quiser ver,
quão frívolo é o prazer evocado do medo

Saciado o desejo, construído como um prédio,
[tijolo a tijolo,
zero passo move ao aconchego

Nos gestos de íntimo horror algumas marcas
[indeléveis
formam uma nova escolha

Ergue-se aí uma flâmula que, tremulante ao
[vento,
fulgura, no centro, a folha

No brilho dos olhos do que outrora foi produto
agora há vida, há sentimentos
Faz-se então o respeito
no peito o ensejo para algo:
– Alegria!
No que parecia não-ser vê-se um outro
Não há para isso, linhas morais que devam separar:
– Cor, gênero, espécie.

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