terça-feira, 21 de abril de 2015

Ilha deserta


Se este plúmbeo céu nubiloso, que agora encobre
esta oceânica ilha deserta que me tornei,
faz sombra sobre o solo cor de cobre,
no qual jubiloso eu sou o poderoso El Rei,
também guarda mazelas das quais não sou pobre

Pois eu, que também sou mulher, sei dissimular
tão bem quanto poucas sabem fazê-lo
Se tantas vezes silenciei ante teu apelo,
o fiz por ter meus pulmões esvaziados de todo ar

E se é por este quase soneto que me expresso,
não o faço meramente por cobardia,
mas por teu olhar me causar afasia
e tua ausência me amaldiçoar através do verso


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