Ruínas [1]
choro
sobre as ruínas.
há muito que as admiro
com uma admiração quase orgulhosa,
mas dessa vez,
dessa vez mais,
elas lembram-me daquilo que queria erguido,
mas não pude manter.
desabou ante o peso da realidade
que minha inabilidade não soube superar.
eis o que restou
e sobre isso minhas lágrimas são
tão verdadeiras quanto pude invetar um amor,
tão sinceras quanto pude brincar de amar.
tentei desaprender
e dançar com esse amor
mas,
outra vez mais,
vitória de minha insensibilidade
e falta de perícia.
choro
na esperança
de que essa água posso nutrir a terra
para que as eras abracem o que sobrou,
para que flores brotem ali
e façam de minhas ruínas
uma obra de arte digna de ti.
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