quarta-feira, 6 de agosto de 2025

Num café

 aleaiactaest

Não controlo minha vida
    mas o tento
    porque não há outra
porque não me resta senão a liberdade amarga de encenar decisões sobre mim

Iludo-me nesse jogo
    entre escolher o que visto e a refeição que compro
    entre andar a pé ou dormir de cansaço
    entre chorar de tristeza hoje ou adoecer de ansiedade amanhã

Não controlo minha vida
    – o dado foi lançado –
mas o tento
porque é a sina que me cabe

Por que
então
haveríamos de tentar controlar as vidas uns dos outros
e chamar esse ato
às vezes de direito ou justiça
ora de destino
e não raro de amor

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