(in)digestão
apenas queria sentir algo que não a mim mesmo.
um sentir a mim mesmo como outra coisa.
aí me pergunto
ao perceber que assim me sinto
que vida levo eu.
valeria ela ser revivida infinitamente
em cada laceração
e cada sorriso
e cada abraço
perdido
em cada lágrima
de letícia
de tristura
em cada sim
em cada não
em cada grandioso festim da carne
e d'alma
e em cada esfacelamento da cara no asfalto dos planos frustrados.
não sei se ainda posso responder com a confiança
de quem já disse sim sem titubear
não sei tampouco se digo um não
e viro o leme noutra direção
ou
ainda
se apago as dois pontos da reticências do futuro
e apenas ponho um ponto
final e duro...
não
sei
bem que fazer
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