terça-feira, 20 de março de 2018

Panóptico, panfônico, pangráfico, pan..


...dez anos depois (2)

Observado em cada passo
sabem tudo que eu falo e faço.
Aquela sensação ainda no ar:
um desejo incontrolável de controlar
Sequestrado em cada momento
e vigiado, consumido – sem Fora, em um Dentro

Tenho medo do escuro,
mas quanto maior a luz,
maior a sombra...

Acabo por querer intensamente ter cada minuto de minha vida, cada centímetro de meu corpo, cada minúcia de minha subjetividade:
          controlada;
          vigiada;
          mensurada;
          esquadrinhada;
          localizada;
          identificada;
          racionalizada...

Eu sou a tele-tela que me vigia,
sou eu mesmo quem policia
(meus atos e pensamentos)
Na estrutura de cada corpo,
antes de nascer até morto,
entre a liberdade e a escravidão,
sinto um misto de segurança, resiliência e resignação....



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