Sol
Noite após noite vi teu rosto iluminado
Espelhar-se ternamente sobre cada onda
Minha, quando quedavas, no céu afastado,
Distante e silenciosa do Mar que estronda.
Vi teus lábios ondularem na superfície
De minhas águas e sumirem ao nascer
Do Sol – restando em minha cerúlea planície
Tão-só delírios e desejos de te ver.
Mesmo que o raiar do dia fosse a pernície
De tua real figura; neste meu ser
Guardo indelével tua singela molície
Nas memórias dum pélago que jaz fadado
A te amar, oh dama!, que sem notar me ronda;
Fadado a te amar, oh dama!, sem ser teu amado.
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