sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Soneto do Mar VII:

Beijo

Eis que a vida me pôs frente a ti, meu amor.
Tão próximo a ti, Lua, que me fez descrente.
Tão próximo a ti que, estuoso, meu ardor
Fez-me vigoroso, fez-me altipotente!

E quando deste sinais de ir-te poente,
Acerquei-me dos teus lábios de rubra cor
E os toquei com os meus de modo aliciente.

Eis que a vida me pôs frente a ti, meu amor.
Tão mais próximo de ti que me fez nitente.
Tão mais próximo de ti, oh ser aluidor!,
Que as águas se agitaram buliçosamente.

E quando dei-te aquele ósculo ardente,
Alijei-me de todo peso e toda dor
Que, enquanto Mar, carregava em minha corrente.



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