Céu
Era, naquela noite nubilosa e fria,
Teu corpo indelével em cada pensamento;
Era, sob aquele plúmbeo céu que eu jazia,
Teu brilho vívido em meu olhar desatento;
Era, em meio a atra atmosfera que havia,
Tua ausência razão de infausto sentimento;
Era, cingido por miasmas de acrasia,
Tua beleza causa de amor violento.
Eis que emerges de tal escuridão sombria,
Mas à conta da languidez em demasia
Com que soprava, nefasto e inditoso, o Vento,
Teu desvelar-se impinge, assaz pachorrento,
A este mar que vos fala, um misto de tormento
E dor, com doses transbordantes de euforia.
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