segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Soneto do Mar VIII:

Beijo II

Em linhas tão singelas e pueris coso
Com as mãos ainda trêmulas pelo achado
Que vai do encontro com o olhar apaixonado
Ao mergulho em um sorriso assaz amoroso.

E se nisto poderia haver algum lado
Obscuro e sombrio, nada mais pleno e viçoso
Que o caloroso esplendor advindo do gozo
De teus lábios escarlates eu ter tocado.

Tendo eu, empurrado por tua errante sina
De ir deixando-me uma saudade submarina,
Vencido a inércia e o medo incrustrados em mim,

Fui, pois, em direção de teu beijo eminente
Que passou a reinar soberano em minha mente
Como o êxtase dum voluptuoso festim.


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