Perfume
Oh, Lua – em murmulhos me perguntava
– Terias tu algum cheiro, algum perfume
Como o das flores que crescem na flava
Campina e que o vento me traz a lume?
E antes que a reflexão chegasse ao cume
Meu peito ardia como se por lava
Fosse atravessado; insigne brasume
Que só viria de quem eu amava.
Ela aproximou-se enquanto eu pensava.
Estupefato quedei ante ao nume
Mais cândido e perfeito – Oh, vida prava!
Agora face a face ao ser biplume
Celestial que eu tanto contemplavz
Sinto-me como uma faca sem gume.
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