sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Soneto do Mar VI:

Perfume

Oh, Lua – em murmulhos me perguntava
– Terias tu algum cheiro, algum perfume
Como o das flores que crescem na flava
Campina e que o vento me traz a lume?

E antes que a reflexão chegasse ao cume
Meu peito ardia como se por lava
Fosse atravessado; insigne brasume 
Que só viria de quem eu amava.

Ela aproximou-se enquanto eu pensava.
Estupefato quedei ante ao nume
Mais cândido e perfeito – Oh, vida prava!

Agora face a face ao ser biplume 
Celestial que eu tanto contemplavz
Sinto-me como uma faca sem gume.


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