terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Soneto do Mar I:

Lua

Espero que tu, amada, não te vás
A abandonar-me, cerúleo Oceano.
Sei que, com tua alva face, não tocarás
As revoltas vagas de meu mar humano.

Rogo a ti, Princesa dos Céus, que a paz
Furta com pureza dum anjo cigano;
Rainha da Noite, que passa fugaz
Sobre o olhar destas águas e faz-me insano:

Aproxima-te, oh Lua!, sem temer;
Desejo pois que agites minhas marés
- É desta ressaca que quero sofrer!

Aproxima-te, oh Lua!, devagar;
Pois que desejo mergulhar no que tu és
E nos teus seios quero me embriagar!


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