segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Uma promessa, um laço de sangue...

Sangue & Agulha

Você promete não mentir jamais?
Você se traiu aí, você se matou também.
Você promete me amar para sempre?
Você me traiu, você me matou também.

Você promete beber do sangue
Que me escorre aos lábios?
Você promete entregar-se em todo
Para os que se travestem de sábios?

Não há preço em mim,
Mas, não te apetece me comprar?
Você sente o aroma,
Degusta-o e está fadado a amar!

Prometa que você deixara seus afetos
Numa caixinha quando for pensar.
Prometa não usar o que eu disse
Para poder me convencer a não copiar.

Prometa! Prometa! Prometa!
Você é humano e sei que não vai cumprir.
Engane-me! Iluda-me! Já!
Isso é tão fácil, é-lhe tão natural mentir.

Não há mais volta
Ao passo que você desceu até mim.
Tente como quiser
Mas, serão os tiros o seu fim.

Você me ama e eu te mato.
Nós dançamos, eu te bato,
Você sente o impacto forte.
Eu te enjoo, sou sua morte.

Vamos continuar, não pare,
Você ainda tem fôlego.
Com asas voe alto e mergulhe
De cabeça nesse mar de fogo.

Não há porque fugir de mim
Se você me quer mais que sua vida.
Não há porque eu não te amar,
Você me usa, eu te uso, pura philia.



sábado, 7 de fevereiro de 2009

Um canto ao encanto,

Em rimas humanas
Beijo a alma da deusa-profana

Parte I: O encontro

Eu também me imaginei num barco
Via as tangerineiras, as flores de celofane
Provei a torta de marshmallow,
Vi o brilho dos diamantes refletidos na fonte

Sentado, sozinho, olhando para o céu
Escutei passos no relvado verde-claro
Olhei para ver o que vinha, e vinha!
– Maldito odor que me veio ao faro!

– Maldita curiosidade que me fez buscar
O frasco do perfume de treze essências
Eu olhei, sozinho, sentado, no barco, no rio
Não havia olhos humanos com suficiência

Tamanha nobreza, não a do mundo real, me era inimaginável, intangível
Senti que ele era capaz de pisar na mão que a apedreja para quebrá-la
Senti que ela seria capaz de escarrar a boca que a beija

Não tinha dúvidas de sua força
Da força de sua alma
Pois essa já havia me feito
De escravo – Ah, minha ama!

Decidi remar para chegar à margem,
Mas os remos pareciam não obedecer
Toda a força de meus músculos era vã
A margem se afastava – Eu a ia perder

Sem saber nadar, atirei-me ao suicídio
Sem ver outra opção, decidi amar
Tudo parecia insuficiente, todo meu esforço
Ela se ia e eu continuaria a me afogar

– Não sei nadar, não sei nadar!
– Não sei amar, eu quero amar!
Após uns poucos suspiros
Ela se foi, senti a vingança em seu olhar

Para onde foi meu desejo de viver?
Não sei, só sei que esta com ela
Ela o levou e junto meu coração,
Lá para as terras do caos e da beleza


Parte II: A promessa!

Eu sei que ressuscitarei do inferno
E irei nem que seja aos céus
Para resgatá-la
Mastigarei o tempo e cuspirei inverno
Sugarei do mais doce ao fel
Para ter as asas

Rasgarei o véu da distancia
Transporei as intemperanças
Amar-te-ei com o vigor
Que um dia tu me odiaste

Sabe, a quem diga que isto é um sonho
Mas, vejamos, o que não é?
Sua certeza do solo que pisa teu pé?
Ha.! Não existe nesse mundo algo mais medonho

Abra teus olhos e acorda, acorda!
Acorda ad infinitum – Isso mesmo!
Pois nunca saberás que sonha
Ou quem não passa de um pensamento