domingo, 25 de junho de 2017

verdadeiras músicas de liberdade

Deixe as flores pela porta

a busca de si se conclui no último suspiro:
um conto em cujo fim lê-se que...




TERRA LIBRI

LIBER TERRÆ

há quem diga que o mundo é um livro
se o for
aberto ou fechado
é um livro de poesia

o poema do mundo chama
sem cessar
pro
posições de de
ciframento

livro cujos sen
tidos dançam entre o
já não é e o
ainda
não



Parelho/Parélio

Autrement


abrir uma janela
encontrar o inimaginavelmente outro
clandestino numa viagem imóvel
encontrar-se no último suspiro






Sob um umbral

LÆTITIA INEXORABILIS

de boca cheia
de coisas sem nome
soube que não sou ninguém

não ser ninguém
é duma riqueza inenarrável
duma alegria inexorável


eu?

passageiro clandestino de uma viagem imóvel

numa vacuidade atômica
inventei uma desverdade:
     desfazer o amor
     para devir capaz de amar;
     desfazer seu próprio eu
     para estar enfim só.


Moi, je crois et crée...

Un soleil mineur

Chove a quarto dias,
   a quatro dias não vejo o sol.
                    [...]
Chove a quatro semanas,
   a quatro semanas não vejo o sol.
                    [...]
Chove a quatro meses,
   a quatro meses não vejo o sol.
                    [...]
Que tipo de vida medra onde o sol não toca?
Que tipo de vida posso
   eu que não vejo mais o sol?
Se não há sol no horizonte,
   crio eu meu próprio sol?
Dissipo nuvens em mim,
   para poder vivê-las dissiparem-se lá fora?
Para sobreviver,
   independe ao sol que não me pertence,
   crio eu um sol menor?


verte-se

vértice

ver-te-ei
verterei