quinta-feira, 22 de abril de 2010

Um escrito, que o mofo já consome, sobre...

O homem que não sabia amar

Amor, fruto-praga, sagaz – Mordaz
Com os que não o sabem domar! Atroz
Com os que não o sabem montar! Nós
Em ambos falhamos – Não o vê? Ele é veloz!

Não existe ser humano que saiba bebê-lo
Sem nele se embriagar
Há quem beba até cair, até não poder mais andar
Há quem o beba até que ele faça-o vomitar

Vomitar a alma, vomitar todos os desejos,
Vomitar sua personalidade e seu eu
Vomita todas as entranhas, um interno breu
Não a mais ego, não há mais Teseu

A quem a dance até que seus pés calejem
Seu corpo geme!
Suas pernas não são mais firmes
Seu coração não palpita mais uniforme

Nenhum humano sabe escapar a este encanto
Há quem tente não o beber
Para não ir à sarjeta, deprimente ser
Jamais saberá o que é o mortal-prazer

E dos que o bebem até que ele os leve
Ao mais profundo coma
Não há injeção de ódio que resolva
Ela só fará tudo ali virar malevolência

Uma explosão de fúria e ardor
Agressiva e mortal
Não há controle ela sai – Fatal!
Tu matas, tu morres – Fatal!

A maldição não está no fato de não saber amar
Mas no fato de sentir amor e não poder, jamais, controlá-lo!
– Há quem controle? Não sei,
Sou apenas um homem que não sabe laçar o cavalo

...Era uma vez um homem que não sabia amar
Seu olhar reflete-se penetrante nessas palavras
Sim ele é tu, seja tu quem tu fores, ele é tu!
Não acreditas? Conte as feridas,
Contes as despedidas!
Não há nenhuma?
Então conte, quantas vezes mataste teu espírito-livre?
Quantas vezes trancaste teu espírito-vivo?

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