quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Naquela noite

Eu queria algo forte
Algo que me doesse,
Algo com que eu chorasse
Algo que pra sentir a morte

Eu queria intensidade
Algo que fosse físico
Algo como um pigarro tísico
Algo além do cinza da cidade

Mesmo um beijo ácido
Ou um toque de veludo
Mesmo o tom mais agudo
Seria um sussurro plácido
Ante ao ribombar interno
Como gota na tempestade
Ali, morre toda a vontade
Tudo é um gélido inverno

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

E quando nada mais restar:

Cante uma canção
 (em notas curvas)

Agora, tanto faz se chove ou se é azul,
Se está em chamas ou se vale algum pul

Do que importa escolher entre o escolhido?
Veja, todo perfume de flor já foi colhido

O que importa dançar ou tomar um chá quente
Se os olhos ardem e o coração geme dormente?

As palavras estão esquecidas entre tintas
E todo veludo parece apenas pó e cinzas

Então deite em deleite,
Banhe-se em leite materno ou em uma droga qualquer,
Ou outra salvação,
Alguma promessa que faça as feridas doerem um pouco mais e o sangue pulsar um pouco menos

Feche os olhos confie um pouco mais naquilo que lhe trairá, estuprará e matará...

 Pois, isto, é a única coisa que você tem agora.