quinta-feira, 13 de abril de 2017

A M. Quintana

Grandiosidade

I

Grandiosa não é tua poesia porque me emociona
Ou agita meus pensamentos com um anexim.
Grandiosa é tua poesia porque me assalta
E leva um sorriso de mim.

II

Tua poesia é menos redentora
Do que é um animoso festim.
É ela sim um diabrete sintáxico
Que faz de meu riso seu butim.

III

No carnaval das palavras
Ela é  um ardiloso arlequim
A dar rodopios com meu humor
Trajado em fausto negro e carmesim.

IV

Tua poesia não é urbana,
Não ergue prédios em mim.
Vaga silente no deserto
De meu corpo, povo beduim.