sábado, 21 de maio de 2011

O caos, o ocaso & o acaso:


Pontos mil, mil platôs...
Sem rio, sem fio condutor
Só sorriso & terror
Sem medo, sem rancor:

Estrastos & tratores
estratores de verdades
- Querem ver dados velados?
Vêm lados cotrários do mesmo topo,
o topo das obliquidades

Sem lados, translado - de lado,
cruzado & transversal -
versando o animal, o rizoma, banal,
mas intensamente a potência,
a esquizo-demência

Perceber a poeira,
a prostrada centelha
de restos & restolhos,
de antanhos estranhos,
aos nossos olhos
outro conto de fadas
- Quantos contos por uma verdade?

Sua vida por uma verdade
A verdade por uma vida toda
& toda sua magoa é bondade & não cria,
você só queria a pintura pronta - a si a coda!
Acuda, por favor, acorda... a corda, a corda.



segunda-feira, 9 de maio de 2011

Sonata em Si maior:

O cardeal cardial

na espacial solidão
resta-me o labirinto do coração:
uma rede de galerias e galeras que partem ao mar,
o navegar incessante sem porto seguro para se pousar

na humana finitude
resta desdobrar-me em atitude:
resistir ao imundo mundo que me devora como o tempo
fugir e fluir, rebrotar logo ali, sem mais pranto e lamento

no devir e no dever
resta-me a tensão de saber-poder:
forçar o lado de fora que se enlaça e faz graça
graças ao pensamento que se enrosca e cria couraça

no super-homem
um novo por-vir/pouvoir, a morte do homem:
o novo que não é nem infinito-deus nem é pura finitude-estéril
é o novo incansável, relutante e indomável: o múltiplo – pueril

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Considerações sobre o tempo 2 ou...

 Da morte 
(de cada dia)





Como se pode perder tempo se tempo é infinito?
Considerou uma vez um mancebo sobre o tempo.
Pobre garoto, não sabia que o tempo, tão cogito
à primeira vista, não é mais que um templo,
construção histórica, entre as arquiteturas humanas,
que pode durar apenas uma fração alcalina ou inteiras leneanas
& é aí que ele se apercebe de que a morte não é destino da vida
Não é abrupto momento que nos rouba todo fôlego de maneira leviana
são várias experiências por toda a sua existência divididas